Al-Madan Online IIª série, n.º 21, Tomo 1, Julho 2016

 

EDITORIAL

 

Depois do dossiê dedicado pela Al-Madan impressa n.º 20 aos sítios arqueológicos visitáveis, com tradução suplementar num mapa que georreferencia online 500 propostas de fruição pública distribuídas por todo o território nacional e da mais variada tipologia e cronologia (ver http://www.almadan.publ.pt/), este tomo da Al-Madan Online dá merecido destaque à actualização da Carta Arqueológica de Trancoso, município onde a revisão de informação antiga e novas prospecções permitiram catalogar 161 sítios já inventariados e inseridos em Sistema de Informação Geográfica.

Outros artigos abordam o singular monumento megalítico da Pedra da Encavalada (Abrantes), o conjunto de estruturas negativas identificado na rua do Formigueiro (Vila Nova de Gaia), os sítios proto-históricos de Cilhades e do Castelinho (Torre de Moncorvo) e, em particular, a cabeça antropomorfa em granito exumada neste último povoado.

Exemplo da diversidade temática que caracteriza o modelo editorial desta revista, publica-se ainda a investigação arqueológica e documental que associa os destroços de uma embarcação naufragada na costa de Santo André (Santiago do Cacém) ao iate português Gomizianes da Graça Odemira, afundado por um submarino alemão em 1917, no contexto bélico do primeiro grande conflito mundial. E são interpretadas as práticas funerárias do século XII, tendo por base os trabalhos arqueológicos e antropológicos realizados na necrópole da igreja de São Pedro de Canaferrim (Sintra).

Os textos de opinião reflectem sobre as relações entre a Arqueologia e a Toponímia, tendo por base as designações dos sítios pré-históricos da bacia hidrográfica do Douro, e enunciam as problemáticas terminológicas associadas ao estudo das cerâmicas de Época Moderna.

Diferentes manifestações do nosso rico Património cultural são também evidenciadas, desde os couros artísticos importados no século XIX para a Corte e a Nobreza portuguesas, passando pela contextualização histórica do mosteiro / convento de Nossa Senhora da Graça, na vila do Torrão (Alcácer do Sal), até à evolução das estruturas defensivas da cidade de Setúbal nos últimos quatro séculos.

Por fim, noticiam-se acções de Arqueologia e de Bioantropologia na Caparica (Almada) e na Salvada (Beja), dá-se conta da edição recente de uma obra importante para a intervenção urbana nas cidades históricas e publicitam-se alguns eventos científicos próximos.

Mas o leitor interessado pode começar já pelas páginas seguintes, onde encontra um belo texto sobre a relação das casas com quem as constrói e habita, e o desabafo de um investigador quase desesperado pela multiplicidade das regras que diferentes publicações impõem para o mesmo propósito: as referências bibliográficas dos textos que editam!.

Como sempre, votos de boa leitura!...

 

Jorge Raposo [in Al-Madan Online, 21 (1): 3]

 

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