Al-Madan Online IIª série, n.º 18, Tomo 2, Janeiro 2014

 

EDITORIAL

 

Com o Tomo 2 da Al-Madan Online completa-se a planificação editorial do Centro de Arqueologia de Almada para o n.º 18 da revista, na sequência do Tomo 1 digital, colocado online em Julho de 2013, e do volume impresso apresentado publicamente em Novembro último (informação detalhada em http://www.almadan.publ.pt/).

A resposta dos colaboradores a este modelo e ao ritmo de publicação semestral continua muito positiva, comprovando a dinâmica de investigação e divulgação nas áreas temáticas a que a Al-Madan se dedica, numa perspectiva pluridisciplinar muito mais abrangente do que a configurada pelas fronteiras convencionais da Arqueologia e dos seus diferentes “terrenos”.

Reúnem-se nas páginas seguintes reflexões tão diversificadas quanto as que tratam o direito latino na Hispânia romana ou de um microtopónimo de eventual origem pré-latina, associado a documentação que remonta às origens da nossa nacionalidade. A atenção crescente que é dedicada à presença islâmica traduz-se na abordagem das suas marcas, presente na arquitectura civil e militar de Alcácer do Sal e de Lisboa. E, por fim, é discutido que tipo de resistência individual à “regra” se manifestaria nos conventos femininos dos séculos XVII e XVIII.

No plano mais especificamente arqueológico, realça-se a investigação sobre o megalitismo funerário, do já conhecido monumento da Roça do Casal do Meio (Sesimbra) aos que pontuam o território do município de Avis. A arte rupestre está presente na divulgação e interpretação de rocha gravada identificada em Vale de Junco, eventualmente inspirada nas abundantes manifestações artísticas da região do Côa. São ainda abordados os resultados de intervenções arqueológicas recentes em Almada e Coimbra, a primeira em contextos urbanos dos séculos XV a XVII, a segunda em imóvel integrado no Mosteiro de Santa Cruz.

Dois estudos de materiais dão a conhecer uma candeia em vidro recolhida na villa romana da Quinta de S. João / Quinta da Laranjeira (Seixal), e a tipologia de um conjunto de contentores cerâmicos de tipo dolium identificados no Castro de Guifões (Matosinhos).

O papel das Arqueociências no enriquecimento da investigação é exemplificado em artigo sobre as potencialidades da radiação ultravioleta para detectar microcontextos arqueológicos invisíveis ao olho humano.

Há ainda espaço para noticiar a produção oitocentista de faianças na zona de Leiria e o que se sabe da evolução arquitectónica da igreja do Colmeal (Góis), cujas raízes remontam à baixa Idade Média. E também para fazer o balanço de três congressos científicos recentes: em Lugo, dedicado às “cidades de poder” na Hispânia romana; em Tróia, sobre a produção e difusão das ânforas lusitanas; e em Lisboa, celebrando os 150 anos da Associação dos Arqueólogos Portugueses. A encerrar, actualiza-se a informação sobre o presente processo de revitalização da Associação Profissional de Arqueólogos e os projectos que esta tem em curso.

Bons motivos de leitura, que certamente corresponderão ao interesse diversificado dos leitores da Al-Madan.

 

Jorge Raposo [in Al-Madan Online, 18 (2): 3]

 

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